A Congregação das Filhas de Nossa Senhora Stella Maris nasceu da coragem de três jovens italianas, Gilda Tatasciore, Giuseppina Volpi e Paolina Doninelli, que deixaram sua bela pátria “Itália” para servir doentes hansenianos no Brasil. As dificuldades enfrentadas para realizar tal ideal foram incontáveis, tanto na Itália como no Brasil. Por fim, conseguiram ser aceitas no antigo Sanatório Padre Bento de Guarulhos para leprosos (hoje hansenianos), em 15 de fevereiro de 1954. Os doentes se encontram em uma situação deplorável devido a falta de cuidados em todos os sentidos. Aos poucos as jovens foram conquistando a confiança dos doentes que achavam estranho demais que jovens sadias, estrangeiras, se interessassem por eles, quando nem os próprios funcionários o faziam.

Em visita, o governador Jânio Quadros foi apresentado por um doente dizendo “Eis as nossas mães”, o governador perguntou ao diretor se elas moravam no sanatório junto aos doentes. Respondeu que sim. Mas como, retorquiu o governador,” as senhoras não sabem que existe uma lei proibindo sadias viverem com hansenianos?”.
Dona Gilda, assim como era chamada, respondeu “sabemos disso, mas sabemos também que há outra lei que assim reza ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’”. Comoveu-se o governador, inclinou-se, beijou a mão e disse “agradeço-lhe por tudo o que estão fazendo pelo meu país.”
Por ocasião da Páscoa, em 1954, o bispo celebrante Dom Antonio Maria Alvez de Siqueira, tomou conhecimento das então enfermeiras – antes assim chamadas – e por prestarem um serviço missionário de grande relevância, prosseguiu com a narrativa “minhas filhas, hoje vocês me dando a maior satisfação e alegria da minha vida. Nossa Senhora a quem recorria com frequência para um trabalho dessa natureza, hoje me atendeu. Por isso, não estarão mais sozinhas, pois eu serei o vosso pai”. Silenciosamente as enfermeiras se retiraram. Foram à catedral rezar ao santíssimo sacramento, após o que Dona Gilda (Madre Geral) disse às duas companheiras (Ir. Paulina e Ir. Lucy Volpe), “Deus está preparando alguma coisa para nós.” Nasceu assim a ideia de formar uma família religiosa, que continuasse o ideal cuja finalidade precípua é a assistência religiosa, social, de enfermagem e cultural aos doentes.
Em 05 de outubro de 1957, as primeiras irmãs do então sodalício Stella Maris, hoje Congregação das Filhas de Nossa Senhora Stella Maris, fizeram os votos. São elas: Gilda, Paulina, Josephia Volpe, Antonieta, Bruna, Branca Melo e Damieta.
Em 1986, foi reconhecido como Congregação das Filhas de Nossa Senhora Stella Maris, de direito diocesano pela Santa Sé – Roma. Conforme documentos e decreto da sagrada congregação da vida religiosa e ata de instalação.